Cuacos de Yuste (Cáceres), 7 de março de 2023
O júri da XVI edição do Prémio Europeu Carlos V, atribuído pela Academia Europeia e Ibero-Americana da Fundação Yuste, decidiu atribuir o galardão ao político português António Guterres, actual Secretário-Geral das Nações Unidas, pelo «seu credenciada, ampla e longa trajetória de vida dedicada ao compromisso social, ao processo de construção europeia, à promoção do multilateralismo e da dignidade humana como núcleo de seu trabalho, enfrentando desafios e crises globais”.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, na abertura da 5ª Conferência dos Países Menos Desenvolvidos.
O anúncio foi feito pela diretora-geral de Ação Exterior da Junta de Extremadura e presidente da Comissão Executiva da Fundação Yuste, Rosa Balas, numa conferência de imprensa em que apareceu juntamente com o diretor da Fundação Yuste, Juan Carlos Moreno.
Esta é a terceira vez que o Prémio Europeu Carlos V é atribuído a um político português. Nas duas edições anteriores, os vencedores foram José Manuel Durão Barroso (2014) e Jorge Fernando Branco de Sampaio (2004).
No passado mês de Fevereiro completou-se um ano da guerra na Ucrânia, momento que, na opinião de Balas, demonstrou a vontade do povo ucraniano em manter a integridade territorial do seu país, mas também, «este desafio europeu é outros desafios geopolíticos e energéticos que aderiu a ela, o que mostra que hoje mais do que nunca é necessário valorizar o que a Europa significa, os valores que ela encarna e sobre os quais se constrói», afirmou.
Para enfrentar estes momentos de crise, o Diretor-Geral defendeu a União Europeia como um “projeto de paz” e apelou a uma “Europa forte e unida” porque as respostas aos problemas devem ser “unidas e contundentes”. Na opinião de Balas, António Guterres reúne os requisitos necessários para ser distinguido com o prémio porque é um «homem europeu empenhado no multilateralismo, na paz e na justiça».
O júri da XVI edição do Prémio Europeu Carlos V destacou o trabalho de Guterres à frente da organização internacional ao promover «ações de resposta à pandemia de Covid-19, à guerra na Ucrânia, para fazer face à emergência climática e alcançar reformas ambiciosas para enfrentar os desafios do século XXI».
Nesse sentido, o júri destacou a determinação demonstrada pelo Secretário-Geral das Nações Unidas em combater as alterações climáticas, promovendo “o desenvolvimento sustentável e posicionando a Agenda 2030 como o roteiro global centrado nas pessoas e no planeta”.
Por outro lado, o Secretário-Geral das Nações Unidas enviou uma mensagem à Fundação Yuste agradecendo a atribuição deste prémio e afirmando que se sente privilegiado por se juntar à lista de vencedores, embora reconhecendo que, de alguma forma, este prémio é também presta homenagem ao trabalho das Nações Unidas.
Na sua mensagem, Guterres reconheceu o louvável trabalho da Fundação Yuste nestes tempos de crise sem precedentes para a Europa e o mundo porque “promove a democracia, os direitos humanos, a paz e o desenvolvimento sustentável para todos através da investigação, cultura e integração social, é um dos as mais nobres e importantes missões a que podemos aspirar, e por isso lhes sou profundamente grato».
Por outro lado, o director da Fundação Yuste, Juan Carlos Moreno, explicou que a cerimónia solene de entrega do Prémio Europeu Carlos V terá lugar no dia 9 de Maio, Dia da Europa, no Mosteiro de Yuste, numa cerimónia presidida pelo Sua Majestade o Rei Felipe VI, que estará acompanhado de personalidades internacionais.
A Fundação Yuste recebeu vinte e sete propostas de sete países da União Europeia (Bélgica, Espanha, França, Itália, Holanda, Roménia e Suécia), entre as quais vinte e cinco são consideradas elegíveis e quinze são o número de candidatos nomeados para o XVI edição do Prémio Europeu Carlos V.
Além disso, Moreno destacou que foram recebidas cento e quarenta e nove cartas de apoio de oito países: Argentina, Bélgica, Colômbia, Estados Unidos, Espanha, México, Portugal e Romênia.
ANTÔNIO GUTERRES
António Manuel de Oliveira Guterres (Lisboa, 30 de abril de 1949) é um político, engenheiro físico e professor português. Desde 1º de janeiro de 2017, ele é o secretário-geral das Nações Unidas. Em 18 de junho de 2021, foi reeleito para um segundo mandato de cinco anos, que começou oficialmente em 1º de janeiro de 2022.
Anteriormente, desempenhou os cargos de Primeiro-Ministro de Portugal (1995-2002) e foi nomeado Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) a 15 de junho de 2005, cargo que exerceu até 15 de dezembro de 2015 e no qual teve de lidar com algumas das piores crises de refugiados da história, incluindo Síria, Afeganistão e Iraque.
PRÊMIO EUROPEU CHARLES V
Desde 1995, a Academia Europeia e Ibero-Americana da Fundação Yuste atribui o Prémio Europeu Carlos V para premiar